Alma Aberta.

E seria ela mais uma a correr de seus medos.
Ela queria!
E meu Deus, como queria.
Queria poder deixar tudo pra trás.
Sentir mais uma vez, o que sentiu por uma única pessoa, que como todos já havia ido embora.
Seria ela mais uma que estava prestes a cometer loucuras.
Loucuras que nunca haviam passado por sua cabeça.
Ela estava prestes a deixar tudo que conhecia, mesmo não sendo muita coisa.
Era seu mundo.
Correra para bem longe onde nada poderia a esmagar, como todos os outros.
E, meu Deus, como queria!
Mas era isso?
Deixar umas poucas coisas que há anos ela conhecia?

Ela não gostava de tudo aquilo, Mas era a vida dela.
Virou uma rotina, normal, diríamos.
Era isso?
Esquecer o passado por pior que fosse.
Era seu passado.
Ela parou, largou tudo que carregava, com ódio de si mesma.
Ela não percebera antes, que, não fugira de seu trabalho, nem de seus amigos, fugira de si mesma.
A raiva crescia dentro dela.
Mas ela não podia voltar, não agora que fizera o que todos haviam feito.
Não agora que era igual a todos que sempre desprezou.
E percebendo tudo que sempre fez, com ódio de si mesma, Resolveu dormir, sem derramar uma lágrima, um adeus solo.
Apenas uma vez na vida, ou na morte, Heme decidiu não lutar contra algo.
Resolveu por um fim.
Esperar um animal faminto, comer o que lhe restou.